quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

MP investiga se bebê foi vendido após ser entregue para adoção


O Ministério Público do Rio investiga se um bebê recém-nascido foi vendido depois de ter sido entregue para adoção em uma cidade do sul do estado. Um vereador e um conselheiro tutelar deram a criança a um casal de Minas Gerais.

No inicio de dezembro, seis dias depois do nascimento do quinto filho, Cristiane Aparecida Gonçalves procurou o Conselho Tutelar de Barra do Piraí. Alegou que não tinha condições de criar o menino. Mas o conselheiro tutelar afastado Arnaldo Feijó, em vez de cumprir a lei, orientou a mulher a falar com um vereador.

“Sabia qual era o caminho, mas no momento ali eu fiz por amor. Você olha para a casa da juventude e vê que ela não tem uma estrutura hoje para acolher essa criança. Você, como pai, você dá uma parada”, disse Arnaldo Feijó.

O vereador Pedro de Souza Alves (PRB), o Pedrinho ADL, também não seguiu o Estatuto da Criança e do Adolescente. As mães que quiserem entregar seus filhos para adoção têm que ser encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude. Em vez disso, ele indicou um casal de Minas Gerais, que levou a criança.

“Eu recebia orientações a todo momento do conselheiro, que falava pra mim: Pedrinho, existe a lei, mas existe essa brecha na lei que você pode fazer desta forma”, afirmou o vereador.

O caso foi revelado na coluna de Ancelmo Góis, no jornal O Globo desta quinta-feira.


Não é a primeira vez que o vereador tem o nome envolvido em um caso de violação das regras de adoção no país. Em abril de 2012, ele foi procurado por outra mãe que queria doar o filho e indicou o mesmo casal para ficar com a criança.

O próprio vereador admitiu ao Ministério Público que o casal pagou na época R$ 1,5 mil. O dinheiro teria sido usado para pagar uma cirurgia para ligar as trompas da mãe. Como a criança não chegou a ser entregue, o caso não foi investigado. Desta vez é diferente. O conselheiro já foi afastado das funções. Ele, o vereador e o casal de Minas estão sendo investigados. Se ficar comprovado o crime de subtração de menor, podem pegar até quatro anos de cadeia.

O bebê de Cristiane está, por enquanto, em um abrigo. A Justiça está avaliando se ela tem condições de receber o filho de volta.

“Me arrependi de verdade. Quero meu filho de volta. Estou correndo atrás para pegar ele agora”, disse a mãe.

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