Foto: Reprodução/Correio |
O delegado Odilson Pereira, da 10ª Coordenadoria de
Polícia do Interior (Coorpin), informou nesta segunda-feira (5) que as
investigações para localizar a menina Laila Dias Santos, de 9 meses,
acabaram levando a polícia a descobrir um sistema de tráfico de crianças
para adoção.
"Investigando o sequestro a gente descobriu esse
outro caso, também de uma menina, que aconteceu recentemente. É um caso
de adoção irregular, na maioria das vezes eles não sequestram, eles
compram", contou o delegado ao Correio24horas.
O delegado prefere não divulgar o nome ou idade da
criança, que foi doada pela família recentemente para um grupo que
trafica bebês e já foi localizada na cidade de São Paulo. "Às vezes a
família não tem condição, a família mesmo entrega. São os casos de
extrema pobreza", diz. "Estamos muito perto de recuperar a criança, já
falamos com a polícia de São Paulo", adianta.
A investigação para encontrar a criança está
avançada. Uma versão anterior dessa nota informava erroneamente que a
polícia já estava prestes a encontrar a menina Laila, o que foi
corrigido. O caso de Laila, que foi sequestrada de dentro de casa no
último dia 29 no distrito de Matinha, Vitória da Conquista, permanece um
mistério para a polícia.
"Esse caso ainda não temos nada, infelizmente. Pode
ser que também faça parte de um esquema de tráfico, mas não podemos
afirmar isso. Estamos investigando", diz Pereira. Segundo ele, nas
apurações sobre o caso da bebê Laila a polícia chegou a uma parteira que
acabou indicando o sumiço da outra criança.
À rádio Clube de Conquista, o delegado falou mais
sobre o tráfico de crianças. "Nós já descobrimos que tem outros bebês na
mesma circunstância, apenas não foram sequestrados, mas os próprios
pais entregaram os bebês. E esses bebês possivelmente vão para São Paulo
ou para o exterior", conta.
Foto: Blog do Anderson |
Questionado sobre se a rede de tráfico é similar à denunciada em Monte Santo,
o delegado concordou. "É semelhante, na verdade no Brasil a gente tem
infelizmente essa modalidade que é tráfico de seres humanos, alguns para
retiradas de órgãos, outros para adoção. (Eles) se aproveitam nas
regiões mais carentes, onde as famílias muitas vezes passam por
necessidades e privações e às vezes entregam seus filhos mediante paga a
essas quadrilhas", explica.
Segundo o delegado, as quadrilhas que agem no
tráfico de crianças são refinadas. "Elas têm um esquema muito
organizado, elas têm desde os agenciadores, as pessoas que vão captar as
crianças, até a sua liderança, onde se cobra enormes cifras por cada
bebê sequestrado".
Troca de bebês
O delegado Sulivan Macedo de Carvalho, da 1ª Delegacia de Vitória da Conquista, havia dito que a polícia não tinha pistas sobre o caso e encontrava dificuldade em avançar com o caso. "Não há indícios de onde possa ser localizada essa menor. Não temos a placa de veículo, testemunhas", declarou, também à rádio.
O delegado Sulivan Macedo de Carvalho, da 1ª Delegacia de Vitória da Conquista, havia dito que a polícia não tinha pistas sobre o caso e encontrava dificuldade em avançar com o caso. "Não há indícios de onde possa ser localizada essa menor. Não temos a placa de veículo, testemunhas", declarou, também à rádio.
O delegado, no entanto, falou sobre uma
possibilidade de que Laila tenha sido trocada na maternidade logo depois
do nascimento. "Ela chegou com uma pulseira com nome de uma mãe
diferente, mas no mesmo dia do sumiço os policiais deslocaram até o
hospital (...) Nos deslocamos para uma zona rural de Anagé, uma fazenda,
onde foi localizada a criança que nasceu no mesmo dia que a Laila, mas
as características físicas são totalmente diversas", explicou. "Se ela
tivesse sido subtraída e levada para lá, nos encontraríamos", garantiu,
descartando a troca.
Laila Dias Santos estava com o irmão de oito anos
quando foi sequestrada. Segundo Elisabete Dias, mãe das crianças, ela
saiu para ir pegar água e quando voltou a filha não estava mais em
casa. Esse foi o tempo necessário para que os homens roubassem o bebê.
Testemunhas contaram que o grupo chegou em um carro vermelho e que outro homem ficou em uma moto amarela fazendo cobertura. Um deles entrou na casa e pegou a menina.
Testemunhas contaram que o grupo chegou em um carro vermelho e que outro homem ficou em uma moto amarela fazendo cobertura. Um deles entrou na casa e pegou a menina.
Fonte: Correio24horas
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