quarta-feira, 31 de julho de 2013

Falta de “casa de acolhimento” preocupa o Ministério Público e a Polícia em Vitória da Conquista

Por Rodrigo Ferraz

marcos coelhoA situação dos adolescentes infratores em Vitória da Conquista é preocupante. A cidade não conta com uma “casa de acolhimento”, local onde os apreendidos ficariam provisoriamente custodiados, até decisão de um juiz. Hoje eles apenas assinam ocorrência e são liberados, de imediato. O resultado é o aumento dos assassinatos entre eles. Para o Ministério Público, a situação na cidade é uma verdadeira “bomba relógio”.

O promotor da Vara da Infância e Juventude de Vitória da Conquista, Marcos Coelho (foto), revela que, nos últimos dois anos, cerca de 60 adolescentes foram mortos devido ao envolvimento com tráfico de drogas. “A situação é preocupante. Conquista está pior que cidades pequenas, como Cândido Sales e Poções, já que são municípios que possuem cadeias públicas e que abrigam, pelo menos, os adolescentes apreendidos em flagrante e que podem ser colocados, de forma isolada, até aguardar a chegada do Promotor. Aqui em Conquista nem isso tem”, desabafa.

Recentemente o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Conquista, esteve em Salvador na Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC), no intuito de cobrar a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento ao Adolescente na capital do Sudoeste.


Fato é que as decisões se arrastam e não chegam a um denominador comum. Em 2011 foi movida uma ação civil pública cobrando o início das obras da referida casa de acolhimento, mas até agora nada. O governo do estado acabou recorrendo da decisão. Atualmente a capital do Sudoeste conta com cerca de 200 mandados de busca e apreensão de adolescentes infratores, mas que não são cumpridos devido a falta da casa de acolhimento.

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