quarta-feira, 8 de maio de 2013

Senado aprova criação da Universidade Federal do Sul da Bahia

A criação da Universidade Federal do Sul da Bahia – com sede na cidade de Itabuna, além de um campus em Porto Seguro e outro em Teixeira de Freitas – foi aprovada pelo Senado nesta quarta-feira (8). O modelo pedagógico da instituição, que terá cursos de bacharelado interdisciplinar, permite que alunos de municípios pequenos iniciem esses cursos sem sair de suas cidades, desde que seja instalado um colégio universitário no local. A expectativa é que a universidade atenda mais de 11 mil alunos.

De acordo com a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), relatora do projeto de lei que cria a universidade, a instituição será fundamental para uma região “ainda carente de vagas em cursos de nível superior”. Ela disse que há na região cerca de 66 mil alunos de ensino médio na rede pública, em contraste com menos de 1,5 mil vagas nas instituições públicas de ensino superior.

A senadora afirma que, além da Bahia, a nova universidade vai beneficiar outro estado: o Espírito Santo. Ela lembra que o município de Teixeira de Freitas, por exemplo, faz fronteira com o estado vizinho e, por isso, poderá receber muitos estudantes capixabas.

Para o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que também foi relator da matéria, a iniciativa representa, “além de um instrumento de inclusão social, um fator de desenvolvimento e integração dessa região do sul da Bahia”.


A previsão do governo é iniciar as atividades em 2014 e que a universidade esteja completamente implantada em 2020.

Esse projeto de lei tramitou na Câmara como PL 2207/2011 e no Senado como PLC 12/2013. Falta agora a sanção da presidente da República.

Modelo pedagógico

Lídice da Mata disse que solicitará uma audiência pública no Senado para que seja apresentado o modelo pedagógico escolhido para a Universidade Federal do Sul da Bahia. Será convidado o coordenador do processo de implantação da instituição, Naomar Almeida Filho.

Uma das inovações desse modelo é que, após passarem pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os alunos ingressam nos programas de bacharelado interdisciplinar, em que o estudante escolhe uma entre quatro grandes áreas de atuação: Artes; Humanidades; Saúde; Ciência e Tecnologia. Após concluir o bacharelado interdisciplinar, que terá duração de três anos, o aluno poderá fazer uma opção mais específica, escolhendo uma carreira profissional.

O bacharelado interdisciplinar já é adotado em instituições como a Universidade Federal da Bahia e a Universidade Federal do ABC (em São Paulo).

Além disso, a nova universidade dará, aos moradores dos municípios do sul da Bahia com mais de 20 mil habitantes, a possibilidade de ingressar em seus cursos por meio de colégios universitários – que serão instalados em suas próprias cidades.

Naomar lembra que os colégios universitários têm origem nas ideias do educador Anísio Teixeira (1900-1971), que apresentou essa proposta na década de 1950.

– Anísio Teixeira propôs ciclos iniciais de formação geral que funcionassem como uma transição entre o ensino médio e o ensino superior – explica ele, acrescentando que há sistemas parecidos no exterior, como é o caso dos community colleges nos Estados Unidos.

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