Como lidar com alunos vítimas de violência doméstica ou abuso sexual 
ainda é um tema pouco abordado na formação de educadores nas 
universidades. Para tentar suprir esta deficiência, a Secretaria de 
Educação Municipal de Sinharém, em Pernambuco, tem promovido, desde 
2010, em parceria com a Childhood Brasil, cursos de capacitação para os 
profissionais das escolas trabalharem o tema em sala de aula e formarem 
jovens multiplicadores, por meio do projeto Laços de Proteção. “Depois 
das oficinas, percebemos que professores e comunidade têm um cuidado 
maior com as crianças e o número de denúncias tem aumentado, já que as 
pessoas estão mais confiantes para falar”, afirmou a secretária 
municipal de Educação de Sinharém, Margarida Maria Couto Silva, no 
debate “Como a não garantia dos direitos das crianças e adolescentes 
compromete a educação de qualidade?”, promovido durante o 7º Congresso 
Gife, no dia 28 de março em São Paulo.
Sem o apoio familiar, o professor é a primeira pessoa que a criança vai 
procurar para fazer uma denúncia de abuso. Por isso, é preciso que estes
 profissionais criem vínculos com seus alunos, de acordo com a 
consultora Rita Ippolito. “A única forma de não perpetuar o silêncio e 
fazer a criança revelar uma situação de abuso é criar uma relação de 
confiança e respeito”, disse. A especialista destacou, no entanto, que, 
na prática, muitos educadores acabam se omitindo, porque não sabem como 
enfrentar o problema. Ela também comentou a importância de se trabalhar a
 questão da prevenção nas escolas. Hoje, pesquisas mostram que os casos 
de crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual estão 
relacionados com o abandono escolar. Segundo, Rita, é preciso que as 
escolas façam parte de uma rede de ajuda com outras instituições e a 
comunidade para combater as redes de comercialização sexual.
O debate também contou com a participação do gerente de programas da 
Childhood Brasil, Itamar Gonçalves; da gerente de mobilização 
comunitária do Canal Futura, Marisa Vassimon, e da vice-presidente do 
Instituto Gerdau, Beatriz Johannpeter.
Fonte: Childhood Brasil - 06/04/2012

Nenhum comentário:
Postar um comentário