Brasil não investe o
suficiente em pré-escola
A legislação brasileira
define que, até 2016, todas as crianças com idades entre 4 e 17 anos
devem estar na escola. O Brasil, no entanto, ainda está longe de
investir recursos suficientes na fase inicial da educação, a pré-escola,
afirma o pesquisador em educação Ernesto Martins Faria. Esta é uma das
conclusões de Lições em Educação: Parte I - Pré-Escola e Fluxo
Escolar Adequado, levantamento que fez com base no Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede o desempenho
escolar dos estudantes de 65 nações. De acordo com a pesquisa de Faria,
enquanto no Brasil a média de alunos que nunca frequentou a pré-escola é
de 19,94%, entre os países da OCDE esse valor cai para 8,39%. Em
entrevista, o especialista afirma que a pré-escola é essencial para
preparar as crianças para o ensino fundamental.
|
Brasil precisa de
12 mil novas creches
Se todas as crianças com até
3 anos de idade estivessem matriculadas em creches, seriam necessárias
12 mil novas unidades para dar conta da demanda no País. Os números
foram apresentados em relatório da Fundação Abrinq - Save the Children. O
documento mostra também que 1,8 milhões de crianças entre 7 e 14 anos
ainda precisam aprender a ler e a escrever, e que 51% dos adolescentes
de 15 a 17 estão fora do ensino médio. O lançamento do terceiro
relatório Um Brasil para as crianças e os adolescentes
aconteceu em evento que reuniu representantes do Governo Federal e
membros de organizações não-governamentais (ONGs). O relatório faz parte
do Projeto Presidente Amigo da Criança e traz um balanço dos
avanços e desafios em temas como saúde e educação de crianças e
adolescentes no País.
|
Aos 2 anos de idade, um bebê
que vivia com os pais em Rio Branco (AC) era inquieto e chorava sem
parar. Uma denúncia levou o Conselho Tutelar da capital acreana até a
casa da família e a constatação foi: a mamadeira não tinha só leite. Os
pais misturavam cocaína na hora de alimentá-lo. Essa foi a história que
mais chocou a conselheira Linagina Silva, responsável pela unidade em
Rio Branco. “Em toda Região Norte, é comum que as crianças se droguem.
Por aqui, elas usam cocaína, oxi e merla. As pequenas, de 5, 6, 8 anos,
começam em casa. Recebo há um ano e meio cinco meninos que usam cocaína e
oxi. Eles têm entre 6 e 11 anos”, conta Linagina. Em Rio Branco,
geralmente, os adultos partem para o oxi depois de terem experimentado
outras drogas. As crianças, não. Elas já começam com a pedra e muitas
nem vão atingir a maioridade.
|
Jovem começa a beber cada vez mais cedo
Dados do Centro Brasileiro
de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) apontam que 42% das
crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram álcool. Pesquisa recente
do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod),
sobre consumo de drogas em populações de risco, revelou que o uso
começou entre os 7 e 9 anos. O consumo, muitas vezes, começa em casa.
“Aos pais que pensam ser melhor às crianças beberem sob supervisão, o
correto é criança não beber. O contato precoce com álcool aumenta a
possibilidade de o relacionamento com a bebida virar um padrão nocivo e o
risco de dependência e desenvolvimento de doença crônica”, afirma o
psiquiatra e professor em dependência química, Hamer Palhares. A bebida
ainda aumenta o risco de tabagismo e a chance de consumo de outras
drogas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário