Tribuna da Bahia
A violência contra crianças e adolescentes é responsável por 13% das
internações hospitalares, sendo causa primária ou secundária. Os dados
são do Hospital da Criança das Obras Sociais de Irmã Dulce (Osid).
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Diretoria de Informação em Saúde
– DIS)/ Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até o
mês de agosto foram registrados 2.912 casos de violência no estado
contra crianças e adolescentes. A agressão física lidera as ocorrências,
sendo seguida da agressão psíquica/moral, sexual e
negligência/abandono.
Os dados sobre a violência no estado, bem como a sua forma de
manifestação e a importância do pediatra como agente capaz de incentivar
a prevenção e identificar as agressões (inclusive fazendo
notificações), estão entre os destaques do 35º Congresso Brasileiro de
Pediatria, que acontece até esta quarta-feira (12 de outubro), no Centro
de Convenções da Bahia, promovido pela Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP) e Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape).
As discussões destacam a importância do papel do pediatra que, a partir da observação em consultório, é um agente importante na prevenção e na identificação de casos de violência contra crianças. Desde 2000, a Sociedade Brasileira de Pediatria lança anualmente campanhas contra a violência. As peças da edição 2011 da campanha permanente serão apresentadas durante o congresso e têm como slogan: “Violência é covardia. As marcas ficam na sociedade”.
Segundo a pediatra Célia Silvany (BA), pesquisadora do assunto e
membro do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP, a
questão da violência continua chamando bastante a atenção dos pediatras
e profissionais que atuam na defesa da criança e do adolescente e a
subnotificação ainda é um entrave à diminuição das estatísticas.
“Estamos acostumados com alguns tipos mais comuns de violência, mas
precisamos estar atentos à forma silenciosa, de origem psicológica, que é
a mais difícil de ser identificada”, destaca, lembrando que as crianças
portadoras de deficiência estão mais sujeitas à violência.
Lei da Alienação Parental
Célia Silvany, coordenadora de Ensino em Pediatria das Obras Sociais
Irmã Dulce (Osid), diz que um dos avanços na área foi a sanção da Lei de
Alienação Parental, em agosto de 2010, que visa a proteger a criança e o
adolescente de manipulações contra o (a) genitor (a).
A expressão “Síndrome da Alienação Parental” foi cunhada por Richard
Gardner, psiquiatra americano, em 1985, para a qual sugeriu a seguinte
definição: “A Síndrome da Alienação Parental é uma desordem que se
origina essencialmente do contexto da disputa pela guarda dos filhos.
Sua primeira manifestação é a campanha de denegrir um genitor, uma
campanha que não possui qualquer justificativa…”
Violência
contra crianças e adolescentes
Bahia –
Janeiro a agosto de 2011
Tipo de violência | Número de casos |
Abuso físico |
1.969
|
Abuso psíquico/moral |
570
|
Abuso sexual |
271
|
Negligência/abandono |
102
|
TOTAL |
2.912
|
Por: Blog da Resenha Geral
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