Assessoria de Comunicação Social Classificação da
Notícia: Infância e Juventude
18/10/2011 17:22:56
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Redatora: Anbar - MTbBA 690
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"Como
Pilatos, lavamos as mãos quando se trata
dos direitos do adolescente infrator", afirma hebeatra
dos direitos do adolescente infrator", afirma hebeatra
Sob a autoridade de Pôncio Pilatos,
Jesus foi julgado e condenado porque o oficial romano lavou as mãos,
atitude que é discutida até hoje. Mas, segundo a hebeatra Sandra
Plessin, lavar as mãos continua sendo uma postura corrente quando se
trata de dar a devida atenção ao adolescente infrator, que não deve
perder nenhum direito básico previsto na Constituição porque cometeu um
ato infracional, principalmente no que se refere à saúde e à educação. A
educação é a saída para esses jovens, frisou a médica e terapeuta
especialista em adolescentes e jovens, ao fazer palestra hoje, dia 18,
durante o 'I Encontro Interinstitucional – Direito à Educação: Um Olhar
Multifocal para os Adolescentes em Cumprimento de Medidas
Socioeducativas'.
O evento foi promovido pelo Ministério
Público estadual, por meio do Centro de Apoio da Criança e do
Adolescente (Caoca), com o apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento
Funcional (Ceaf) e foi aberto pelo promotor de Justiça da Infância e
Adolescência, Evandro Luís Santos de Jesus. Segundo ele, que atua com a
execução de medidas socioeducativas, esse foi um primeiro momento de
discussão, pois há a pretensão que novos encontros sejam realizados com o
objetivo de articular e integrar ações interinstitucionais, com vistas a
garantir a defesa do direito à educação do adolescente em cumprimento
de medidas socioeducativas. Tendo em vista os problemas observados na
Bahia, será assinada uma Carta Compromisso onde os parceiros definirão o
que podem fazer de forma individual e as ações que, realizadas em
conjunto, viabilizem um melhor atendimento ao adolescente que cumpre
medida.
Participaram do encontro representantes
da Defensoria Pública, Poder Judiciário, Conselho Tutelar, Secretaria de
Educação, bem como de fundações e demais órgãos que atuam na área. Para
a presidente da Associação dos Conselhos Tutelares do Estado da Bahia
(ACTBA), Antônia Luzia Santos, só um trabalho integrado vai fazer valer o
direito da criança e do adolescente. Ela credita à escola a maior
responsabilidade no processo, porque é no estabelecimento de ensino que
os garotos e garotas podem ter a chance de ser ressocializados, o que
deve ter o envolvimento de todos, desde a merendeira até o diretor da
escola, que devem conhecer mais sobre como lidar com o assunto a fim de
que tenham condições de dirigir um olhar diferenciado para esses
adolescentes, um olhar de acolhimento.
Ao se pronunciar, a defensora pública
Hélia Barbosa lembrou que sempre se fala em direitos humanos, mas pouco
se faz no que se refere à educação, que é prioridade para o adolescente
que cometeu um ato infracional ou para o que esteja em qualquer situação
de vulnerabilidade e que se encontram privados da liberdade. Para ela,
não importa em que condição o adolescente se encontre. Ele deve receber
um ensino de qualidade. Mesmo com uma equipe pequena na área da infância
e adolescência, ela mostrou-se receptiva em integrar o grupo que ora se
empenha em atuar em conjunto. “Temos que aprender a praticar a
fraternidade para ajudar a efetivar o Estatuto da Criança e do
Adolescente.”
A hebeatra lembrou que só o fato de um
médico estar sendo chamado a participar de debates como o de hoje, já é
significativo, tendo a oportunidade de detalhar fatos que explicam o
comportamento de adolescentes, deixando clara a importância da família
para ajudar na fase em que há mudanças radicais. Para ela, isso ganha
dimensão num momento em que “a sociedade se vê sem ídolos, as famílias
estão destruídas, os escândalos se sucedem, a corrupção é notícia diária
e a lei existe, está no papel, mas não acreditamos nela.” Segundo a
médica, o adolescente está vivendo numa sociedade onde o ser humano
perdeu seu valor, só se vale pelo que se tem, e o pior é que o parecer
prevalece o ser e o ter. O adolescente, infrator ou não, prossegue
Sandra Plessin, não se tornou o que é sozinho. “Precisamos aumentar a
competência social.”
ASCOM/MP – Telefones: (71)
3103-0446/ 0449/ 0448/ 0499/ 6502
Fonte: Ministério Público do Estado da Bahia
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