terça-feira, 25 de outubro de 2011

Conselheiro Tutelar denuncia ter sido ameaçado por policial civil


Esposa do agente da PC ´acusada de ter agredido fisicamente a vítima; caso foi registrado na Central de Polícia
  Pinehas Furtado
O Conselheiro Tutelar Paulo Jorge dos Santos, da 3ª e 4ª regiões, foi supostamente ameaçado por um policial civil, no final da manhã deste sábado (22), identificado, por enquanto, apenas pelo nome de Joaquim. A mulher do agente de polícia, conhecida como Eliete, também teria agredido a vítima, mas, dessa vez, fisicamente. A ação teria acontecido na Rua Santo Amaro, na comunidade Alto do Céu, quando o conselheiro trafegava com seu veículo. O carro dele fora trancado pelo do policial. Em seguida, sem conseguir sair do seu próprio automóvel, Paulo Jorge teria recebido vários socos e sofrido muitos arranhões que partiram da esposa do agente da Civil. Enquanto via a companheira se descontrolar na frente do conselheiro, Joaquim aproveitara a oportunidade para, com a mão na cintura, intimidar a vítima. 

O fato foi relatado pelo conselheiro tutelar na sede da Central de Polícia de Maceió, no início da tarde de hoje. Ele chegou ao órgão às 10h30 da manhã e seu rosto estava marcado por um ferimento que sangrava. Só por volta das 15h ele foi atendido pelo delegado Alcides Andrade, que estava de plantão. A autoridade policial ouviu a vítima e mandou que a mesma registrasse um boletim de ocorrência. “Vamos intimar o policial para que ele preste esclarecimentos e apresente a sua versão para o fato. O BO será encaminhado ao 4º distrito, cujo titular é o delegado Robervaldo Davino. Ele será o responsável pela condução desse inquérito”, explicou Andrade. 


O Caso 

De acordo com Paulo Jorge dos Santos, o fato aconteceu por que Eliete teria sido notificada pelo Conselho Tutelar do qual ele faz parte. “Nós fomos informados que a filha dela, uma jovem de 13 anos, induzia duas crianças – de 10 e 12 anos, respectivamente – a furtar biscoito, balas e outras guloseimas de um mercadinho próximo a casa delas. A mãe das crianças, de nome Lucinha, não aprovando a atitude dos filhos, primeiro teria procurado Eliete para pedir que conversasse com a jovem e pedisse para que ela não se aproximasse mais dos meninos. Todavia, Eliete a destratou e disse que aquilo não acontecia. Lucinha então, decidiu denunciar a situação ao Conselho, que acabou adotando as medidas legais” detalhou Paulo Jorge. 

O detalhe dessa história é que quem notificou Eliete foi o presidente do Conselho Tutelar das Regiões 3ª e 4ª, Rafael Martiminiano e não Paulo Jorge, que está de férias. “Como não estou atuando no momento, o caso passou para o Rafael que foi à casa de Eliete, no dia 14 desse mês, para entregar a notificação. Como ela não se encontrava, ele acabou colocando o documento por baixo da porta. Não sei o porquê de ela ter achado que fui eu quem a notificou. O resultado é que acabei sofrendo as agressões e ameaças”, desabafou. 

Para prestar solidariedade a Paulo Jorge, dezenas de conselheiros se concentraram na porta da Central de Polícia neste sábado. Manoel Monteiro, representante do Fórum Estadual dos Conselheiros Tutelares, disse que já informou o caso ao delegado geral da Policia Civil, Marcílio Barenco, ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da OAB, Gilberto Irineu e que, segunda-feira, à tarde, um grupo vai ao Ministério Público Estadual para denunciar o caso. “Vamos falar com os integrantes da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial e buscar todos os meios legais para mostrar que o nosso companheiro não está sozinho nessa luta”, informou Manoel Monteiro.
Fonte: Gazeta Web

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