Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
Neste ano, o 12 de junho, Dia Mundial Contra o Trabalho
Infantil, terá
como tema "Direitos Humanos e Justiça Social. Vamos acabar com o
trabalho
infantil”. Para reforçar a necessidade de livrar crianças e adolescentes
de
trabalhos forçados e de suas piores formas, serão realizados debates,
eventos
midiáticos, campanhas de sensibilização e manifestações culturais em
mais de 50
países envolvendo empregadores, organizações da sociedade civil,
trabalhadores
e governos.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT)
aproveita a oportunidade da data para chamar os países a intensificarem a
atuação contra este problema. Em estudo realizado no contexto do 10º
aniversário do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil,
a OIT aponta que ainda há uma grande diferença entre ratificar as
Convenções
sobre trabalho infantil e agir concretamente para enfrentar o problema.
Prova disso é que hoje cerca de 215 milhões de meninos e
meninas
trabalham para sobreviver ou complementar a renda de suas famílias.
Segundo a
OIT, metade delas está exposta às piores formas de trabalho, como
escravidão e atuação
em conflitos armados. Cinco milhões delas estão presas em trabalhos
forçados,
entre eles exploração sexual com fins comerciais e servidão por dívidas.
Com vistas nisso, o diretor geral da OIT, Juan Somavia,
pede aos países
que, de forma individual ou coletiva, redobrem esforços para erradicar o
problema.
Um dos passos é assinar as Convenções 138 (sobre idade mínima de
admissão ao
emprego) e 182 (sobre as piores formas de trabalho infantil). Apesar de
as duas
terem recebidos grande adesão é preciso que as ratificações sejam
universais e
venham unidas a outras ações concretas.
Para levar à prática os compromissos assumidos, a OIT
defende que é
preciso incidir em áreas estratégicas como na economia informal, dar
atenção às
zonas rurais e agrícolas, e se atentar para a realidade dos filhos de
trabalhadores/as migrantes e das populações indígenas, considerados os
mais
vulneráveis quando se trata de trabalho infantil. Somavia também defende
a
importância de trabalho decente para os pais e educação para as crianças
como
forma de erradicação.
Outro passo é fortalecer os órgãos judiciais e as
instituições incumbidas de fazer cumprir a lei
em nível nacional para garantir que os inúmeros casos de trabalho
infantil
cheguem aos tribunais e sejam devidamente julgados, já que hoje uma
cifra mínima
de crimes é julgada e sancionada.
OIT também relembra a necessidade de se fazer
cumprir, até 2016, o Roteiro
para a eliminação das
piores formas de trabalho, aprovado em 2010 por mais de 500
delegados de 97 países durante a Conferência Mundial sobre Trabalho
Infantil.
Apesar de todos os problemas é preciso
reconhecer avanços como o aumento da quantidade de países que criaram
planos
nacionais para combater o trabalho infantil, o
estabelecimento de novas leis contra a prostituição e a pornografia
envolvendo
crianças, as novas proibições legislativas voltadas à identificação e
prevenção
do trabalho perigoso para crianças e o desenvolvimento da cooperação
internacional e a assistência mútua entre os Estados para combater
crimes como
o tráfico.
E para que estes avanços sejam cada vez mais
significativos a OIT pede a ratificação universal das
Convenções sobre trabalho infantil e das demais Convenções fundamentais;
a
adoção de políticas e programas nacionais que garantam um progresso
efetivo
prevenção e eliminação do trabalho infantil e o início imediato de
iniciativas
que ampliem e intensifiquem o movimento mundial de combate ao trabalho
infantil.
Fonte: Adital
Nenhum comentário:
Postar um comentário