terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mães de jovens em conflito com a lei compartilham experiência na Defensoria


Fotos: Luana Rios
Iraildes é fornecedora de quentinhas e mora no bairro Jardim Esperança, em Salvador. O filho dela é um dos 16 jovens que cumprem medidas socioeducativas, em meio aberto, este ano, na Defensoria Pública da Bahia. Assim como Iraildes, as mães desses adolescentes compareceram, na tarde desta quarta-feira (07), à sede administrativa da Instituição para compartilhar experiências sobre a participação dos filhos no cumprimento das medidas. 

A defensora pública e diretora da Escola Superior da Defensoria (Esdep), Sonia Santana, iniciou as atividades ao falar sobre a importância da oportunidade para os jovens. "Errar todos nós erramos, o imprescindível é querer recomeçar. Cada um precisa fazer sua parte e a Defensoria está de braços abertos para recebê-los", incentivou. De acordo com dados da Esdep, seis adolescentes terminarão de cumprir as medidas socioeducativas este mês. 

No segundo momento, as mães compartilharam a trajetória dos adolescentes no descumprimento da lei. "Minha filha namorava um rapaz envolvido no tráfico. Ela foi pega com drogas na mochila duas vezes", contou a cuidadora de idosos, cuja filha, hoje, está grávida de cinco meses. Já Iraildes, apesar de acreditar que o filho de 18 anos não teve envolvimento no crime, acompanha de perto o cumprimento da medida do jovem. "Ele é um menino bom, mas já que ficou decidido assim, quero que ele cumpra tudo direitinho e fique correto com a lei", relatou a mãe.


Para a assistente social do Núcleo de Apoio Psicossocial da Defensoria (NAP), Roselita Ferreira, o encontro marca o fortalecimento do vínculo entre as famílias dos jovens e a Defensoria Pública. "É importante saber o que as mães estão achando sobre o trabalho que fazemos, quais são as dificuldades e em que podemos aperfeiçoar", destacou Roselita.

Cumprimento de Medidas Socioeducativas - O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê aos adolescentes em conflito com a lei o direito de cumprir medidas socioeducativas em meio aberto. Através da parceria com a Fundação Cidade Mãe, esses jovens encontram na Defensoria a oportunidade de recomeçar. Duas vezes ao ano, eles são encaminhados pela Fundação para desempenharem atividades na Instituição. A proposta de estágio é desenvolvida pela Esdep e pelo NAP, que acompanha a realização do estágio. 

Por Luana Rios / estagiária

Nenhum comentário:

Disque Denúncia Nacional - DDN 100