Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
![]()  | 
| Imagem extraída da Internet | 
 Brasília – No Brasil, 3,6 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 
anos estão fora da escola. A maioria (2 milhões) tem entre 15 e 17 anos e
 deveria estar cursando o ensino médio. O déficit também é grande entre 
aqueles com idade entre 4 e 5 anos (1 milhão), que deveriam estar na 
educação infantil.
 Os dados foram divulgados hoje (6) no relatório De Olho nas Metas, 
do movimento Todos pela Educação (TPE)*. A entidade estabelece que até 
2022, 98% ou mais dos jovens e crianças entre 4 e 17 anos estejam 
matriculados e frequentando a escola.
 Para que essa meta seja cumprida, seria necessário que em 2011, ano 
referente ao levantamento, 94,1% dos brasileiros dentro da faixa etária 
estivessem na escola. O número atual corresponde a 92%. Em relação aos 
que ficam de fora, em números absolutos, o estudo os compara a toda a 
população uruguaia (cerca de 3,4 milhões de pessoas).
 De acordo com o relatório, houve melhora no índice, mas ele ainda é 
insuficiente. Alguns estados como Acre, Amazonas e Rondônia com índices 
pouco acima dos 70% em 2000, conseguiram espaço em uma década e tiveram 
as maiores taxas de crescimento de matrículas. Em 2011, o Acre apresenta
 88,9% dos jovens e crianças matriculados, o Amazonas, 88,7% e Rondônia,
 86,3%.
 Esses estados e mais o Amapá, no entanto, ainda apresentam, em 
termos percentuais, os maiores índices de pessoas nessa faixa etária 
fora da escola, de 11% a 13% da população de 4 a 17 anos. Em números 
absolutos, o estado mais rico, São Paulo, é o onde existe o maior número
 de jovens e crianças fora das salas de aula: 575 mil alunos, o que 
corresponde a 6,6%. Minas vem em segundo lugar, com 367 mil alunos 
(8,3%).
 As maiores defasagens encontram-se na "entrada", na pré-escola, e na
 "saída", no ensino médio, do sistema educacional. "A expansão na oferta
 de vagas na educação básica, ocorrida nos últimos anos do século 20 e 
início do 21, concentrou-se principalmente no ensino fundamental. Nas 
pontas, ou seja, na educação infantil e no ensino médio, houve pouco 
avanço", diz o texto. Na pré-escola, "a cada cinco crianças brasileiras 
entre 4 e 5 anos de idade, uma não encontra vaga. O país precisaria 
criar 1.050.560 vagas para atender todas as crianças nessa faixa 
etária".
 "A educação infantil passará a ser obrigatória a partir de 2016 e 
será o desafio dos próximos gestores municipais. Os dados não chegam a 
ser alarmantes, mas são preocupantes, existe 1 milhão de crianças para 
ser incluído no sistema de ensino em quatro anos", diz a 
diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz.
 No ensino médio, a taxa de evasão de 2010 foi 10,3%, maior que as 
dos anos iniciais (1,8%) e finais (4,7%) do ensino fundamental. De 
acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 
citados no relatório, 40,3% dos jovens evadidos deixam o sistema 
alegando falta de interesse. O mesmo estudo mostra que parte 
considerável dos jovens entre 15 e 17 anos ainda não chegou no ensino 
médio, 31,6% estão no ensino fundamental.
 Segundo dados da Pesquisa Mensal de Empregos (PME), em artigo no 
relatório houve, de 2004 a 2012, um avanço de 169% na frequência de 
cursos de natureza profissionalizante por estudantes nessa faixa etária,
 o que leva a crer que alguns desses jovens deixam a escola para se 
inserir no mercado de trabalho.
 Hoje às 16h, Priscila Cruz e Mozart Neves Ramos, membro do Conselho 
Nacional da Educação (CNE) e do TPE participam de debate pelo portal da EBC.
 *Fundado em 2006, o Todos Pela Educação
 é um movimento da sociedade civil brasileira que tem a missão de 
contribuir para que até 2022, ano do bicentenário da Independência do 
Brasil, o país assegure a todas as crianças e jovens o direito a 
educação básica de qualidade.
Edição: Tereza Barbosa
Fonte: Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário