Bebê recém nascido encontrado em Salvador na
sexta-feira (22) (Foto: Divulgação/PM) |
Apelidado carinhosamente de "Albertinho", em referência ao nome da Maternidade Albert Sabin, onde está internado, o bebê abandonado dentro de uma caixa de sapato
no subúrbio de Salvador apresenta estado de saúde estável e em
evolução, de acordo com a diretora médica da maternidade, Rita Leal.
Segundo ela, apesar de ainda não ter previsão de alta, os resultados de
exames realizados no garoto tiveram resultados dentro do esperado.
"Ele está evoluindo bem, mas a gente fica extremamente triste porque
sabe da importância da família para a recuperação da criança", lamenta a
médica. Até por volta das 15h desta segunda-feira (25), nenhum parente
havia se apresentado à procura da criança. "Ele ganha o carinho e os
cuidados de toda a equipe. Todos terminam criando um vínculo porque é
uma situação que foge à normalidade", conta.
Albertinho chegou à maternidade transferido do Hospital do Subúrbio,
para onde foi levado por policiais militares que o localizaram em um
ponto de ônibus no bairro do Lobato, por volta das 21h de sexta-feira
(22).
Segundo Rita Leal, a criança nasceu de uma gestação de aproximadamente
34 semanas e chegou ao hospital pesando 1,5 kg. "Hoje ele está com 1,368
kg. Essa perda é normal. Ele é um bebê de baixo peso, prematuro, mas
não é de extremo, que fuja ao padrão. Ele é alimentado por sonda e está
respirando normalmente", diz. Para que ele deixe o hospital, explica a
médica, é preciso alcançar, no mínimo, 1,8 kg e que, aliado a isso,
mantenha os bons resultados nos exames. Por enquanto, ele vai se
recuperando na unidade neonatal semi-intensiva.
A juíza Carla Adriana Barnoevo Azevedo, da 1ª Vara da Infância e
Juventude, explicou nesta segunda-feira que a expectativa é de que algum
familiar se apresente. "Depois que ele tiver alta, não aparecendo
nenhum familiar, abre o registro civil e coloca à disposição da adoção",
diz a magistrada. A diretora da maternidade afirma que o setor serviço
social da unidade formula um relatório, que será enviado ao Juizado.
O G1 BA tentou falar com a Polícia Civil para saber
sobre as investigações, mas os contatos não atenderam. Na 5ª delegacia,
que cobre a região onde o bebê foi encontrado, foi informado que o caso
não está sendo investigado na unidade.
'Susto'
Um homem diz ter presenciado o momento em que duas jovens deixaram um bebê recém-nascido dentro de uma caixa de sapatos em um ponto de ônibus do bairro do Lobato, no subúrbio de Salvador. A testemunha, que prefere não se identificar, relatou que a criança foi deixada em cima de um banco do abrigo do ponto de ônibus, na noite de sexta-feira (22). Ele disse que acionou a polícia logo depois de ter aberto a caixa e ver o bebê. “Eu tomei um susto. O policial, quando destampou [a caixa], que viu, largou assim. Aí o outro [policial] fez: destampa, destampa, destampa”, disse.
Um homem diz ter presenciado o momento em que duas jovens deixaram um bebê recém-nascido dentro de uma caixa de sapatos em um ponto de ônibus do bairro do Lobato, no subúrbio de Salvador. A testemunha, que prefere não se identificar, relatou que a criança foi deixada em cima de um banco do abrigo do ponto de ônibus, na noite de sexta-feira (22). Ele disse que acionou a polícia logo depois de ter aberto a caixa e ver o bebê. “Eu tomei um susto. O policial, quando destampou [a caixa], que viu, largou assim. Aí o outro [policial] fez: destampa, destampa, destampa”, disse.
Segundo a testemunha, as duas jovens que abandonaram o bebê chegaram ao
local quando o ponto ainda estava cheio e esperaram um tempo para
deixar a caixa com a criança. “O ponto foi esvaziando e elas duas ficou
[sic.]. Aí, só ficou eu ali. Aí [as jovens] ficou [sic.] mais ou menos
uns cinco a seis minutos ainda sentadas. Elas pegaram uma van para a
Baixa do Fiscal”, relatou.
O tenente Ezequiel Pereira, da Operação Gêmeos, da Polícia Militar,
comandou a guarnição que resgatou o bebê. No sábado (23), o policial foi
visitar a criança na maternidade. “Graças a Deus, ele goza de uma boa
saúde e nos deixou bastante felizes. Para mim, com 16 anos de polícia,
acho que nenhuma ocorrência me causou tanta felicidade, tanto orgulho de
ser policial militar”, afirmou. O caso de abandono foi registrado no
Juizado da Infância e da Juventude, que acopanha a recperação do
reém-nascido junto às unidades de saúde.
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