Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
 Brasília – A proposta do novo Código Penal de tipificar como crime a prática de bullying
 recebeu críticas de organizações da área da criança e do adolescente. 
“Isso é criminalizar a adolescência”, disse a assessora de Políticas 
Públicas da Fundação Abrinq, Katerina Volcov. As organizações defendem 
que a proposta seja retirada do texto do novo Código Penal. “A gente 
acredita que o bullying tem que ser tratado de forma pedagógica, dentro do espaço escolar, completou Volcov.
 De acordo com a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (Pense), do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 21% dos casos de
 bullying ocorrem nas salas de aula, mesmo com os professores 
presentes. Classificado como "intimidação vexatória" pela proposta do 
novo Código Penal, o bullying - ato de agredir fisicamente ou 
verbalmente algum menor de idade, de forma intencional e continuada - 
poderá ser considerado infração se for praticado por adolescentes.
 O autor da prática, de acordo com o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, receberá medidas socioeducativas, como prestação de 
serviços, acompanhamento e internação e poderá resultar em até quatro 
anos de prisão quando o autor for maior de idade.
 Além da proposta do novo Código Penal, as organizações analisaram 
375 projetos em tramitação na Câmara e no Senado que tratam de temas 
envolvendo o público infantojuvenil. Entre os temas considerados 
prioritários estão a restrição de propaganda para crianças, o debate 
sobre a internação compulsória de crianças e adolescentes usuários de 
drogas  a redução da maioridade penal.
 A adolescente Isabella Coelho Araújo, integrante do projeto Onda: 
Adolescentes em Movimento pelos Direitos disse ser contra a redução e 
defendeu a melhoria nas medidas socioeducativas. “O caminho é a gente 
investir em medidas para recuperar esses jovens.”
 As organizações não governamentais defendem ainda a aprovação do 
Plano Nacional de Educação. Atualmente o projeto encontra-se no Senado. 
Após a aprovação na Casa, será encaminhado novamente à Câmara. A 
expectativa é que seja aprovado ainda em 2013. O plano, encaminhado ao 
Congresso em dezembro de 2010, contém as metas para os próximos dez anos
 na educação.
 “O objetivo é construir uma agenda de prioridades para os temas 
relacionados a crianças e adolescentes que estão no Congresso, disse a 
assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Cléo
 Manhas. As organizações consideram necessário mobilizar a sociedade e o
 Parlamento para questões considerados sensíveis. “Queremos realizar 
audiências públicas para debater este e outros temas, vamos fazer também
 uma carta pública e um abaixo-assinado virtual para pedir a retirada do
 bulliyng do Código Penal. Estamos sendo proativos,” acrescentou Manhas.
 Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil 

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