*Aumenta número de
adolescentes chefes de família
A troca de papéis, que
transforma meninos e meninas entre 10 e 19 anos em chefes de família, é
uma realidade em 793 mil domicílios brasileiros, segundo dados
preliminares do Censo 2010. A responsabilidade assumida, incompatível
com as idades desses brasileiros em início de vida, é uma das quatro
preocupações listadas pelo relatório O direito de ser adolescente,
do Unicef. Dentre as vulnerabilidades apontadas no relatório como de
conflito com a vida dos adolescentes que assumem esta condição está a
privação da convivência familiar e comunitária. "Essas funções vão fazer
com que eles percam a fase da adolescência. Isso também impacta nos
estudos", alerta a oficial de monitoramento e avaliação do Unicef,
Cláudia Fernandes.
*Por dia, 11 jovens
de 12 a 17 anos são assassinados no País
Em média, 11 adolescentes de
12 a 17 anos são assassinados por dia no Brasil. O relatório O
Direito de Ser Adolescente, divulgado ontem (30) pelo Fundo das
Nações para a Criança (Unicef), aponta que o homicídio é a primeira
causa de morte nessa fase da vida. Segundo o documento, 19,1 em cada 100
mil jovens de 12 a 17 anos são assassinados no País. Se for considerada
a idade entre 15 e 19 anos, a taxa de homicídios vai a 43,2 para cada
100 mil habitantes - mais do que o dobro registrado na população geral,
de 20 para cada 100 mil. A situação dos adolescentes negros entre 12 e
18 anos é ainda pior: eles têm risco 3,7 vezes maior de serem
assassinados do que os jovens brancos. "Não estamos conseguindo proteger
os nossos jovens", alerta Maria Alice da Silva, da Frente de Defesa dos
Direitos da Criança e do Adolescente de Minas Gerais.
*Filhos chegam cada
vez mais tarde: ser mãe, só depois dos 30
Além de casar mais e cada
vez mais tarde, a mulher também está adiando o sonho de ser mãe. Cresceu
no ano passado a quantidade de mulheres no País que tiveram filhos
depois dos 30 anos: em 2000, elas eram 14,1%; dez anos depois, já são
18,3%. Entre as jovens, o número de grávidas tem diminuído. Mulheres
entre 20 e 24 anos eram 32,2% das gestantes em 2000. No ano passado, não
chegaram a 28%. Quanto às adolescentes, elas passaram de 21,6% em 2000
para 17,1% em 2010. Uma observação mais criteriosa dos dados do Unicef,
no entanto, revela que entre as meninas de até 15 anos, a taxa de
fecundidade vem crescendo. Em 2004, a taxa era de 8,6 nascidos vivos
para cada grupo de mil adolescentes. Cinco anos depois, essa taxa subiu
para 9,6.
*Guarda
compartilhada dobra em uma década
Estabelecida por lei há três
anos, a guarda compartilhada de filhos pelos pais separados começa a
tomar fôlego no Brasil. No ano passado, a responsabilidade sobre 8.702
crianças foi dividida entre pai e mãe, o que corresponde a 5,5% dos
divórcios registrados em 2010 - o dobro do início da década. De acordo
com a advogada especializada em Direito da Família, Melissa Areal Pires,
esse índice só não é maior porque muitos juízes têm o entendimento de
que esse tipo de guarda pressupõe que os pais tenham bom relacionamento.
A cidade de Salvador (BA) destoou da média nacional: em 2010, das 1.196
pessoas que se divorciaram, 46,54% optaram pela guarda compartilhada.
As mulheres ainda são as principais responsáveis pelos filhos: em 87,3%
dos divórcios a guarda coube às mães. Apenas em 5,6% dos casos a guarda
ficou com o pai.
*Aids cresce 60%
entre a população homossexual mais jovem
O número de jovens
homossexuais masculinos com Aids aumentou 60% em uma década, de acordo
com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Ano passado, foram
confirmadas 514 infecções entre gays com idade de 15 a 24 anos, o
equivalente a 26,9% dos casos da doença nesta faixa etária. Em 2000,
haviam sido notificados 321 pacientes com o vírus. Com jovens
heterossexuais, a tendência é inversa: em 2000, eles respondiam por
29,8% dos casos confirmados da doença e em 2010 eles representaram
21,5%. Ao mesmo tempo em que o Ministério da Saúde anuncia a
estabilização dos números da Aids, faz um alerta com relação ao
crescimento da doença entre os jovens. O levantamento aponta que, quando
comparado com os jovens em geral, a chance de um jovem gay estar
infectado pelo HIV é 13 vezes maior.
Fonte: Portal ANDI
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