quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quantidade de jovens internados impressiona juízas do CNJ em Fortaleza

Luiz Silveira/Agência CNJ
 
Quantidade de jovens internados impressiona juízas do CNJ em Fortaleza
A superlotação do Centro Socioeducativo Patativa do Assaré, em Fortaleza/CE, superior a 100%, impressionou as juízas auxiliares da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Cristiana Cordeiro e Joelci Diniz, que começaram nesta segunda-feira (24/9) uma agenda de visitas às unidades de internação do Ceará. O estado nordestino é o 12º visitado desde julho, na segunda fase do Programa Justiça ao Jovem, que analisa as condições de unidades de internação em todo o Brasil.

São 144 adolescentes dividindo o espaço feito para abrigar 60 pessoas. Em alojamentos abarrotados por até oito jovens, é preciso estender colchões no chão para se dormir, no intenso e úmido calor da capital cearense, que registrava 26 graus e 70% de umidade relativa do ar às 20h30 da noite da segunda-feira.
         
“O número excessivo de adolescentes torna lugares como o Patativa do Assaré locais de alta tensão. É difícil fazer o atendimento socioeducativo quando a lotação é mais que o dobro da capacidade da casa”, afirmou a juíza Cristiana Cordeiro. Uma rebelião em 19 de agosto mobilizou todos os internos e destruiu a casa, que reúne os adolescentes cearenses que cometeram os atos infracionais considerados mais graves, como roubo e homicídio.

“A casa está em processo de reestruturação após a rebelião. Vemos que há boa vontade de reorganizar o espaço, mas há deficiências na forma como se trabalha com os adolescentes”, ressaltou a juíza Joelci Diniz, que coordena o Programa Justiça ao Jovem ao lado da juíza Cristiana Cordeiro.


Insalubre – Durante a estada das juízas na unidade, internos exibiram baratas que encontraram no alojamento, onde ratos também teriam sido vistos. “Ele sai do ralo e temos de matá-lo com uma garrafa que usamos para beber água”, afirmou um adolescente de 17 anos. Alguns relataram problemas de pele que teriam ocorrido por causa do contato com o colchão, segundo os próprios jovens.

Manuel Carlos Montenegro
 
Agência CNJ de Notícias

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