- A Análise da cobertura
de 39 jornais de todo o país sobre Infância, Raça e Etnia mostra
preocupação da imprensa em produzir matérias contextualizadas com
aspectos sociais, econômicos e legais
- A legislação é citada em 17% dos conteúdos jornalísticos, mas as leis específicas são pouco lembradas
- Educação tem destaque em quase um terço das pautas, e a discussão sobre cotas é central
A análise de mídia Igualdade de Raça & Etnia e a educação de crianças e adolescentes, realizada pela ANDI – Comunicação e Direitos em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mostra que 61% das matérias publicadas em 2009 contextualizaram as diferenças sociais, econômicas ou culturais relacionadas à Infância, Raça e Etnia.
A preocupação em ultrapassar diagnósticos simples e enfatizar a necessidade de ações efetivas para diminuir as desigualdades de raça e etnia no Brasil apareceu em 28% das notícias analisadas.
A mídia também tratou com destaque a relação entre escassez de recursos e questões de raça. A preocupação com o tema é justificada quando pesquisa do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre Infância (Ciespi), realizado em 2009, aponta que 10 milhões de brasileiros com até seis anos de idade estão abaixo da linha da pobreza. Desses, segundo o Ciespi, pelo menos 60% são negros ou pardos.
A ONU elegeu 2011 como O Ano Internacional de Afrodescentes, e coincidentemente, mais da metade da população brasileira declarou-se negra ou parda no último censo do IBGE (2010). O aumento da identificação de afrodescendentes com sua cor aponta progressos em termos de políticas públicas e legislação. Apesar de a ANDI registrar avanços na análise de mídia realizada, em relação a outras temáticas monitoradas, o fim das desigualdades sociais que impactam a vida dessa parcela da população, em especial das crianças e adolescentes, ainda está distante da realidade.
O levantamento Informe 2011, elaborado pela ONG Corporación Latinobarómetro, localizada em Santiago, no Chile, informa que 46% da população entrevistada no Brasil acreditam que são discriminados por raça. Em um ranking de 18 países latinoamericanos, o Brasil está em segundo lugar, atrás apenas da Guatemala, onde 51% da população afirmaram sofrer esse tipo de discriminação que, de acordo com a pesquisa, aumenta o desconforto geral da sociedade com a política e a economia de seus respectivos países.
Cobertura plural e preocupada em preservar a vítima
- A legislação é citada em 17% dos conteúdos jornalísticos, mas as leis específicas são pouco lembradas
- Educação tem destaque em quase um terço das pautas, e a discussão sobre cotas é central
A análise de mídia Igualdade de Raça & Etnia e a educação de crianças e adolescentes, realizada pela ANDI – Comunicação e Direitos em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mostra que 61% das matérias publicadas em 2009 contextualizaram as diferenças sociais, econômicas ou culturais relacionadas à Infância, Raça e Etnia.
A preocupação em ultrapassar diagnósticos simples e enfatizar a necessidade de ações efetivas para diminuir as desigualdades de raça e etnia no Brasil apareceu em 28% das notícias analisadas.
A mídia também tratou com destaque a relação entre escassez de recursos e questões de raça. A preocupação com o tema é justificada quando pesquisa do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre Infância (Ciespi), realizado em 2009, aponta que 10 milhões de brasileiros com até seis anos de idade estão abaixo da linha da pobreza. Desses, segundo o Ciespi, pelo menos 60% são negros ou pardos.
A ONU elegeu 2011 como O Ano Internacional de Afrodescentes, e coincidentemente, mais da metade da população brasileira declarou-se negra ou parda no último censo do IBGE (2010). O aumento da identificação de afrodescendentes com sua cor aponta progressos em termos de políticas públicas e legislação. Apesar de a ANDI registrar avanços na análise de mídia realizada, em relação a outras temáticas monitoradas, o fim das desigualdades sociais que impactam a vida dessa parcela da população, em especial das crianças e adolescentes, ainda está distante da realidade.
O levantamento Informe 2011, elaborado pela ONG Corporación Latinobarómetro, localizada em Santiago, no Chile, informa que 46% da população entrevistada no Brasil acreditam que são discriminados por raça. Em um ranking de 18 países latinoamericanos, o Brasil está em segundo lugar, atrás apenas da Guatemala, onde 51% da população afirmaram sofrer esse tipo de discriminação que, de acordo com a pesquisa, aumenta o desconforto geral da sociedade com a política e a economia de seus respectivos países.
Cobertura plural e preocupada em preservar a vítima
Em cerca de 40% das matérias o racismo aparece de forma genérica ou é
discutido sem citar vítimas, de maneira a preservar suas identidades.
O número de fontes de informação consultadas é maior do que o observado em outros monitoramentos realizados pela ANDI na área de infância e adolescência – 1,63 por notícia.
A sociedade civil representa 62% das fontes ouvidas. O governo representa 49% das fontes. O Legislativo foi o poder mais procurado por jornalistas – figura em 7,8% das pautas, enquanto o Executivo aparece em 6,6%.
Legislação para diminuir a desigualdade
O número de fontes de informação consultadas é maior do que o observado em outros monitoramentos realizados pela ANDI na área de infância e adolescência – 1,63 por notícia.
A sociedade civil representa 62% das fontes ouvidas. O governo representa 49% das fontes. O Legislativo foi o poder mais procurado por jornalistas – figura em 7,8% das pautas, enquanto o Executivo aparece em 6,6%.
Legislação para diminuir a desigualdade
O marco legal também recebe destaque bem maior que em análises de mídia da cobertura em geral sobre infância e adolescência. A legislação é citada em 17% dos conteúdos – em demais pesquisas costuma aparecer em 5,7%. O Estatuto da Igualdade Racial é mencionado em 7,7% do material.
Porém, leis mais específicas não entram nessa pauta de discussão. Entre elas, estão a Lei do Ensino de História Afrobrasileira ou Africana e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, ambas com 1,5% de ocorrências; e a Lei do Ensino de História Afrobrasileira ou Indígena, tratada em 0,4% das notícias.
Educação é a principal pauta
A Educação revelou-se como o maior destaque, ocupando 31% do noticiário. O sistema de cotas foi dominante em 42,46% das matérias.
Apenas 20% do total discutem especificamente relações de igualdade ou desigualdade étnica na sociedade brasileira. Cultura e Saúde aparecem, respectivamente, em 13,7% e 7,9% dos textos pesquisados.
A pesquisa
O levantamento foi realizado em um universo de 39 jornais impressos de todo o País, 12 deles situados na região Nordeste, 11 na Sudeste, seis na região Sul, cinco no Centro-Oeste e mais cinco no Norte. Ao longo de 2009, foram selecionadas 605 notícias com a questão infanto-juvenil que tratavam de aspectos da agenda de Raça/Etnia.
Os jornais de circulação nacional foram os que mais publicaram sobre o
tema. Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Correio
Braziliense responderam por 25% dos textos produzidos sobre Infância,
Raça e Etnia no período. Entre os veículos regionais, merecem destaque
os localizados em estados de grande presença indígena, como Amazonas,
Mato Grosso, Pernambuco e Roraima.
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