Vacinação contra o sarampo já está sendo feita, com OMS, para imunizar 750 mil crianças em Mogadíscio
Cem
dias depois de a fome ter sido declarada em partes do sul da Somália, o
UNICEF e seus parceiros estão fazendo o máximo, num contexto de
conflito, para evitar uma segunda e potencialmente mais devastadora
onda de mortes por doenças.
"As
chuvas atuais estão trazendo algum alívio para as áreas afetadas pela
seca na Somália e nos países vizinhos. No entanto, as chuvas também
aumentam o risco de surtos de doenças e dificultam a distribuição de
ajuda", disse Elhadj As Sy, diretor regional do UNICEF para a África
Oriental e Meridional.
"O
aumento dos combates no sul da Somália também está tornando, para
nossos parceiros, mais difícil e inseguro levar ajuda que salva vidas
para as crianças e suas famílias."
Como
disse Sy, esses fatores poderiam agravar ainda mais a crise
humanitária na Somália e em outros países da região. "O UNICEF expandirá
seus esforços para alcançar as crianças onde quer que elas estejam e
minimizar o impacto da piora da situação. Fazemos um apelo para os
nossos doadores para que aumentem seu inestimável apoio", acrescentou.
Em
Mogadíscio, uma campanha de vacinação contra o sarampo, apoiada pelo
UNICEF e a Organização Mundial da Saúde (OMS), começou nesta semana com
o objetivo de vacinar 750 mil crianças entre 6 meses e 15 anos de
idade. Desde que foi declarada situação de fome em julho, mais de 1
milhão de crianças foram vacinadas contra o sarampo na Somália.
"Através
do país, dezenas de milhares de crianças morreram nos últimos meses, e
centenas mais morrem a cada dia. Qualquer atraso ou interrupção na
prestação de assistência é uma questão de vida ou morte", disse
Sikander Khan, representante do UNICEF na Somália.
"Apelo
a todas as partes do conflito para que cumpram com sua obrigação moral
e legal de garantir segurança e proteção a todas as crianças e
mulheres que já estão enfrentando um desastre", acrescentou o
representante, que se encontra em Nairóbi.
As
crianças gravemente desnutridas têm nove vezes mais chance de morrer
de doenças infecciosas como sarampo, cólera e malária do que crianças
saudáveis. Os casos de sarampo aumentaram dramaticamente neste ano – em
julho, quando se declarou pela primeira vez o estado de fome, houve
sete vezes mais casos de sarampo do que no mesmo mês em 2010.
Grande
número de pessoas desabrigadas, campos de deslocados extremamente
superlotados e serviços de água e saneamento deficientes são os maiores
riscos. O princípio da temporada de chuvas eleva o número de pessoas
que sofrem de doenças transmitidas pela água, como diarreia aguda e
malária. O número de pessoas doentes no vizinho Quênia também é alto,
onde há um surto de dengue.
Os
combates e as medidas mais estritas de segurança nas zonas de
fronteiras reduziram significantemente o número de refugiados somalis
que entram no Quênia, para 100 pessoas entre os dias 17 e 23 de outubro,
em comparação com 3.400 na semana anterior.
Apesar
da suspensão temporária de todas as atividades humanitárias, exceto as
imprescindíveis para salvar vidas, nos campos de refugiados de Daddab,
no nordeste do Quênia, após o sequestro de dois trabalhadores
humanitários, o UNICEF mantém seu compromisso de seguir prestando
assistência às crianças severamente desnutridas e doentes, bem como
providenciando água potável, educação e proteção por meio de suas
organizações parceiras.
Desde
a declaração da situação de fome no dia 20 de julho, quase 110 mil
crianças severamente desnutridas foram tratadas nos centros apoiados
pelo UNICEF na região. Mais de 2,6 milhões de pessoas tiveram acesso à
agua potável e mais de 1,5 milhão de pessoas receberam materiais de
higiene e de conscientização sobre a importância da higiene. Desde
julho, foram enviados por via área, terrestre e marítima cerca de 8.700
toneladas de suprimentos de primeira necessidade para a população
ameaçada no sul e no centro da Somália.
"A
resposta da comunidade internacional desde a declaração da situação de
fome foi notável", disse As Sy. "No entanto, a magnitude da crise é
tal que nós ainda estamos longe de alcançar todas as crianças."
O
apelo do UNICEF para suas operações no Chifre da África em 2011 foi de
US$ 425 milhões. As necessidades para 2012 continuarão sendo na casa
de centenas de milhões e as contribuições são urgentemente necessárias
para que os programas de alimentação possam continuar assistindo
crianças e suas famílias sem interrupções.
Somente
para a Somália, o UNICEF precisará de US$ 300 milhões para assegurar,
em 2012, o nível atual de apoio, e ampliar as atividades onde for
necessário. "Necessitamos obter esses fundos quanto antes possível para
garantir o fluxo ininterrupto dos suprimentos que mantêm as crianças
vivas", disse Khan.
Informações:
Michael Klaus
Escritório Regional do UNICEF para a África Oriental e Meridional
Celular: +254 716 431 880
E-mail: mklaus@unicef.org
Para doações acesse: http://www.unicef.org/brazil/pt/
Fonte: Portal ANDI
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