Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A experiência de vida do coordenador da Secretaria Nacional
de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Hélio Veneroso
Castro, foi lembrada hoje (24) na cerimônia de assinatura de convênio
entre a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a
Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (Funap),
para reinserção de detentos no mercado de trabalho. Ele pediu, na
ocasião, oportunidades para os que estão presos hoje, mas querem mudar
de vida.
Em 1997, aos 36 anos, Castro foi condenado a mais de dez anos de
prisão por tráfico de drogas. Disposto a mudar de vida, tão logo passou
do regime fechado para o de liberdade condicional, em 2003, procurou o
Departamento Penitenciário do Distrito Federal em busca de uma nova
oportunidade. Em setembro daquele ano, ele foi encaminhado à Secretaria
de Direitos Humanos e pôde voltar a estudar graças a um convênio da
Funap com a Universidade Católica de Brasília. Formou-se em direito,
ganhou a confiança de seus superiores e foi melhorando de posição na
secretaria. Três anos depois, Castro foi efetivado como funcionário
terceirizado.
Antes de assumir o atual cargo, que é de livre nomeação, Castro teve
toda a sua vida investigada pela Casa Civil e, em outras condições,
poderia ter sido impedido de ocupar o posto. No entanto, explica o
secretário de Gestão da Política de Direitos Humanos, Gleisson Rubin, as
regras burocráticas não se aplicam a quem tenha passado pelo programa
de ressocialização. “Ao contrário de ser um elemento impeditivo, isso
[passagem pela prisão] é colocado como um fator a ser observado com mais
atenção, já que ele vem em uma trajetória.”
“Eu sempre trabalhei, mas houve um momento na vida em que me desviei.
Na prisão, vi que aquilo não era vida para mim e que o ilícito que eu
cometi não tinha valido a pena. A partir daí, minha trajetória foi de
trabalho e estudos", lembrou Castro.
Ele disse que muitas pessoas que hoje cumprem penas também estão
dispostas a procurar um novo rumo para suas vidas, mas faltam
oportunidades e ainda há muito preconceito na sociedade. Isso reduz as
chances dos que estão presos, pois são pessoas que ficam rotuladas,
acrescentou Castro. Com base em sua própria trajetória, ele fez um apelo
aos que podem ajudar: "deem uma oportunidade a essas pessoas,
abram-lhe as portas”.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
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