quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mortes por acidentes de trânsito no Brasil: Cuidado! Quem será a próxima vítima?

* Prof. Reginaldo de Souza Silva
Qual pai, mãe, familiares, empresários espera receber informação sobre um acidente envolvendo seu filho(a) ou funcionário(a)? Quem deles está preparado para enfrentar a noticia da morte ou seqüelas físicas e mentais resultados do acidente?
O Brasil é o quinto país com mais vítimas no trânsito, atrás apenas de Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Há prováveis causas do crescimento das mortes, o consumo de álcool e o aumento do número de motocicletas. Um quarto das mortes em acidentes no ano passado envolveu uma moto e o número de vítimas por acidentes aumentou em 24% em oito anos, de 32.753 registrados em 2002 para 40.160 em 2010, segundo dados do Ministério da Saúde em 2011.
Os números revelam que o país vive uma verdadeira guerra no trânsito de nossas ruas e rodovias, com lesões e mortes, as provocadas por motos triplicaram, de 3.744 em 2002 para 10.143 em 2010. Foram 4.768 acidentes com mortes, 43.361 com feridos e 79.430 sem feridos nas estradas federais do país. Em 2002, a maior causa de morte eram os atropelamentos; desde 2009, as mortes de motociclistas já superam as de pedestres.
Em nosso País mata-se, por ano, cerca de 37 mil pessoas e provoca-se a internação de outras 180 mil, com um impacto de cerca de 34 bilhões de reais. Dados do DPVAT (seguradora Lider) jan/2012 apontam para: 366.356 Indenizações; 58.134 indenizações por morte; 239.738 por invalidez permanente; e o restante por despesas hospitalares.
Como tratar o assunto com atenção e recursos necessários uma vez que nesta guerra só há perdedores?
O judiciário deu sua resposta através do Supremo Tribunal Federal (STF) considerando crime dirigir alcoolizado, mesmo que nenhum crime seja provocado.

O país é signatário da resolução da ONU – Pacto pela Redução, que estabelece entre 2011 e 2020 a “Década de Ação para Segurança Viária no mundo”, comprometendo-se a planejar suas ações e as executar de forma coordenada estabelecendo metas de redução em 50% das mortes em acidentes em dez anos. Para tanto, o CESVI BRASIL, a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), a AND (Associação Nacional dos Detrans) e a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) estão contribuindo através do movimento “Chega de Acidentes!”. Mas ainda é preciso que sejamos mais ousados e que adotemos um plano nacional unificado de segurança viária, com metas sérias para redução de acidentes.
Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) os acidentes nas estradas brasileiras já custaram R$ 9,565 bilhões ao país até agosto de 2011, um crescimento de 4,6% em relação a 2010 e cerca de 60% do prejuízo econômico decorrente de um acidente viário vêm de perda de produção: a pessoa que morre ou fica incapacitada deixa de produzir. Os outros custos dos acidentes vêm de atendimento hospitalar, danos ao veículo, entre outros.
Problemas a serem superados: as estradas tornaram-se urbanas; com o aumento de fluxo, cresce a chance de acidentes e o quadro da polícia rodoviária não aumenta no mesmo ritmo que os carros; aumento dos acidentes e sua relação com o aumento no número de motocicletas. Hoje, elas são 22% da frota, em 2001, eram 13%; descontrole de jovens e adultos ao volante sem formação, alcoolizados e/ou drogados; péssima qualidade da malha rodoviária e urbana com falta de sinalizações e outras comprometidas; corrupção de autoridades e policiais, impunidade etc.
Segundo Waiselfisz, “[...] anualmente, morrem quase 400.000 jovens de menos de 25 anos de idade vítimas de acidentes de trânsito, e vários milhões sofrem ferimentos graves ou tornam-se incapacitados” em todo mundo. As taxas apontadas no Mapa da Violência (2011) situam o Brasil entre os 10 países com maiores índices de mortalidade no trânsito –, a intensidade do problema aqui é grave e preocupante.
Ao iniciamos mais um período de carnaval, encontraremos pessoas na balada, alcoolizadas, cansadas, drogadas etc. Temos uma imensidão de familiares e amigos chorando pela perda de um ente querido (pessoas inocentes atropeladas em calçadas, na faixa de pedestre, pegas de surpresa por um carro na contra mão, fazendo racha). Nunca é demais lembrar dirigir com atenção, nada de álcool, drogas, falta do uso do cinto de segurança, cansaço, desrespeito as sinalizações.
Aos queridos irmãos e amigos Jakson e Jorgiane, do interior de nossa querida Bahia, que o Senhor nosso Deus os conforte e dê a segurança e a força necessárias para compreenderem e superarem este momento de dor pela perda de seu filho “Peu” de 19 anos. Vocês perderam um filho e o país um futuro físico! Fica para todos a mensagem: Adeus Filho; eu Te Amo!
Prof. Dr. Reginaldo de Souza Silva – Coordenador do Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente – NECA/UESB. necauesb@yahoo.com.br

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