* Prof. Reginaldo de Souza Silva
Qual pai, mãe, familiares, empresários espera receber informação sobre
um acidente envolvendo seu filho(a) ou funcionário(a)? Quem deles está
preparado para enfrentar a noticia da morte ou seqüelas físicas e
mentais resultados do acidente?
O Brasil é o quinto país com mais vítimas no trânsito, atrás apenas de
Índia, China, Estados Unidos e Rússia. Há prováveis causas do
crescimento das mortes, o consumo de álcool e o aumento do número de
motocicletas. Um quarto das mortes em acidentes no ano passado envolveu
uma moto e o número de vítimas por acidentes aumentou em 24% em oito
anos, de 32.753 registrados em 2002 para 40.160 em 2010, segundo dados
do Ministério da Saúde em 2011.
Os números revelam que o país vive uma verdadeira guerra no trânsito de
nossas ruas e rodovias, com lesões e mortes, as provocadas por motos
triplicaram, de 3.744 em 2002 para 10.143 em 2010. Foram 4.768 acidentes
com mortes, 43.361 com feridos e 79.430 sem feridos nas estradas
federais do país. Em 2002, a maior causa de morte eram os
atropelamentos; desde 2009, as mortes de motociclistas já superam as de
pedestres.
Em nosso País mata-se, por ano, cerca de 37 mil pessoas e
provoca-se a internação de outras 180 mil, com um impacto de cerca de 34
bilhões de reais. Dados do DPVAT (seguradora Lider) jan/2012 apontam
para: 366.356 Indenizações; 58.134 indenizações por morte; 239.738 por
invalidez permanente; e o restante por despesas hospitalares.
Como tratar o assunto com atenção e recursos necessários uma vez que nesta guerra só há perdedores?
O judiciário deu sua resposta através do Supremo Tribunal Federal (STF)
considerando crime dirigir alcoolizado, mesmo que nenhum crime seja
provocado.
O país é signatário da resolução da ONU – Pacto pela Redução, que estabelece entre 2011 e 2020 a “Década de Ação para Segurança Viária no mundo”, comprometendo-se a planejar suas ações e as executar de forma coordenada estabelecendo metas de redução em 50% das mortes em acidentes em dez anos. Para tanto, o CESVI BRASIL, a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), a AND (Associação Nacional dos Detrans) e a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) estão contribuindo através do movimento “Chega de Acidentes!”. Mas ainda é preciso que sejamos mais ousados e que adotemos um plano nacional unificado de segurança viária, com metas sérias para redução de acidentes.
Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) os acidentes nas estradas brasileiras já custaram R$ 9,565
bilhões ao país até agosto de 2011, um crescimento de 4,6% em relação a
2010 e cerca de 60% do prejuízo econômico decorrente de um acidente
viário vêm de perda de produção: a pessoa que morre ou fica incapacitada
deixa de produzir. Os outros custos dos acidentes vêm de atendimento
hospitalar, danos ao veículo, entre outros.
Problemas a serem superados: as estradas tornaram-se urbanas; com o
aumento de fluxo, cresce a chance de acidentes e o quadro da polícia
rodoviária não aumenta no mesmo ritmo que os carros; aumento dos
acidentes e sua relação com o aumento no número de motocicletas. Hoje,
elas são 22% da frota, em 2001, eram 13%; descontrole de jovens e
adultos ao volante sem formação, alcoolizados e/ou drogados; péssima
qualidade da malha rodoviária e urbana com falta de sinalizações e
outras comprometidas; corrupção de autoridades e policiais, impunidade
etc.
Segundo Waiselfisz, “[...] anualmente, morrem quase 400.000 jovens de
menos de 25 anos de idade vítimas de acidentes de trânsito, e vários
milhões sofrem ferimentos graves ou tornam-se incapacitados” em todo
mundo. As taxas apontadas no Mapa da Violência (2011) situam o Brasil
entre os 10 países com maiores índices de mortalidade no trânsito –, a
intensidade do problema aqui é grave e preocupante.
Ao iniciamos mais um período de carnaval, encontraremos pessoas na
balada, alcoolizadas, cansadas, drogadas etc. Temos uma imensidão de
familiares e amigos chorando pela perda de um ente querido (pessoas
inocentes atropeladas em calçadas, na faixa de pedestre, pegas de
surpresa por um carro na contra mão, fazendo racha). Nunca é demais
lembrar dirigir com atenção, nada de álcool, drogas, falta do uso do
cinto de segurança, cansaço, desrespeito as sinalizações.
Aos queridos irmãos e amigos Jakson e Jorgiane, do interior de nossa
querida Bahia, que o Senhor nosso Deus os conforte e dê a segurança e a
força necessárias para compreenderem e superarem este momento de dor
pela perda de seu filho “Peu” de 19 anos. Vocês perderam um filho e o
país um futuro físico! Fica para todos a mensagem: Adeus Filho; eu Te
Amo!
Prof.
Dr. Reginaldo de Souza Silva – Coordenador do Núcleo de Estudos da
Criança e do Adolescente – NECA/UESB. necauesb@yahoo.com.br
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