Cendhec
Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social
Adital
[Segue
abaixo texto do CENDHEC para lembrar os dois meses da rebelião ocorrida
no CASE de Cabo de Santo Agostinho que ocasionou a morte de três
jovens, ocorrida em janeiro. Neste 10 de março, não haverá vigília. Mas a
mobilização estará sendo feita nas redes sociais e sites e blogs
institucionais.
Contamos com o apoio para a divulgação,
Atenciosamente,
PAULO LAGO – CENDHEC].
*********
Passados
dois meses da rebelião no Centro de Atendimento Socioeducativo do Cabo
de Santo Agostinho, onde três jovens foram brutalmente assassinados, a
sociedade civil organizada, neste sábado, dia 10 de março, rememora com
pesar o ocorrido e ao mesmo tempo com esperança de que mudanças efetivas
e significativas sejam realizadas em todo o Sistema Socioeducativo no
Estado de Pernambuco.
Após
a rebelião, entidades da Sociedade Civil, conselhos de categorias
profissionais (CRP, CRESS), Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da
Criança e dos Adolescentes, membros dos Conselhos Tutelares,
representantes das mães que possuem filhos internados na FUNASE e
Ministério Público, passaram a se reunir no Conselho Estadual da Criança
e do Adolescente (CEDCA-PE), constituindo-se a articulação que vêm
denominando de Fórum Socioeducativo, o qual ainda aguarda aprovação
formal para se constituir enquanto uma instância ligada diretamente à
estrutura do Conselho.
Assim,
visando informar à sociedade sobre os direitos da população de
adolescentes e jovens em cumprimento de medida socioeducativa, o grupo
acima listado, iniciou uma sequência de vigílias, as quais ocorrem todo
dia 10 de cada mês, dia que marca a rebelião.
As
vigílias são atos com que visam trazer visibilidade para a questão
desse contexto de violação de direitos perante a sociedade e cobrar do
Estado prioridade e compromisso com as ações de reformulação do Sistema
Socioeducativo no Estado. Nesse processo, visa-se implicar: a família, a
sociedade e o próprio Estado, em relação ao seu dever constitucional de
proteção das crianças, adolescentes e jovens.
No
corrente mês, excepcionalmente, iremos rememorar a violência vivenciada
no dia 10 de janeiro, por meio dos nossos sites e blogs institucionais,
assim como nos veículos de comunicação. Mas, no dia 10 de abril,
acontecerá a vigília, que será amplamente divulgada. É importante
lembrar que essa é a mesma data em que os movimentos em defesa da
criança e do adolescente realizam a mobilização contra a Redução da
Idade Penal.
Nesse
ínterim de ações ora citadas, outras medidas para instar o Estado foram
tomadas pelo Ministério Público de Pernambuco, com o agendamento de
audiências, no intuito de promover agilidade e garantir a realização das
metas elencadas no Plano de Reordenamento do Sistema Socioeducativo, o
qual deverá ser executado no prazo de cinco anos (2010 a 2015), assim
como os parâmetros exigidos pela Lei de Execução do SINASE (Lei nº
12.594, de 18 de janeiro de 2012), com vigência a partir de 90 dias após
a publicação, ou seja, em 18 de abril do corrente.
Cumpre
ressaltar, que o Poder Judiciário de Pernambuco, havia pautado a
temática das Unidades de Internação, nos dias 22 e 23 de dezembro de
2011, tendo, em audiência pública, inaugurado o debate para subsidiar
decisão da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que
definirá sobre: o possível afastamento de gestores; a realização de
concurso público; a interdição parcial ou total de algumas unidades de
privação de liberdade e, ainda, a reforma e construção de novas Unidades
de Internação. Saliente-se que aspectos relativos à precarização do
Sistema Socioeducativo foram apresentados, atentando-se, sobremaneira,
para a superlotação e falta de estrutura física das Unidades que privam
de liberdade adolescentes e jovens. Ao final da audiência, agendou-se o
dia 05 de abril para uma inspeção nas Unidades e uma nova audiência
pública para o dia 12 de abril do corrente.
O
Cendhec e as organizações que estão a frente do Movimento em Defesa dos
Direitos dos (as) Adolescentes e Jovens em cumprimento de medidas
socioeducativas em Pernambuco continuarão a manter acesa a luta pela
garantia de direitos e dignidade humana para os adolescentes e jovens
privados de liberdade.
Fonte: Adital
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