Neste último domingo (15), muitos poçõenses se
dirigiram até a comunidade rural de Lagoa do João para comemorar o
recebimento da Certidão de Autodefinição como Remanescente Quilombola,
emitida pela Fundação Cultural Palmares, que reconheceu a referida
comunidade e outras duas, Vassoura e Pimenteira, como área territorial
ocupada por remanescentes das comunidades dos quilombos.
Com uma diversificada programação, o evento teve início com a
formação da mesa redonda composta pelos professores Jair Rocha, Kátia
Almeida e o docente da UFBA Hamilton Assis, Gilson Batista e o
presidente da Associação dos Moradores locais, Miguel Clarindo.
O objetivo da plenária foi apresentar e discutir as conquistas e
dificuldades encontradas pelas comunidades quilombolas para garantir seu
espaço dentro das atuais políticas públicas brasileiras.
Em entrevista a Liberdade FM, o professor Hamilton disse que este é
um “momento histórico na vida desta comunidade e para a afrodescendência
brasileira”. Explicou também que o reconhecimento da comunidade como
remanescente Quilombola pode ser compreendido como uma reparação da
dívida que o Estado brasileiro tem para com os negros.
“O governo brasileiro tem uma dívida com as populações
afrobrasileiras que nós consideramos impagável. E essa dívida, depois de
anos ela passa a ser efetivada, ou seja, desde a abolição da
escravatura que o Estado Brasileiro deve a comunidade afrodescendente
esse reconhecimento e essa reparação, para que possa minimizar os
conflitos e lutas pela terra em várias regiões remanescentes de
Quilombos”.
Após as palestras, apresentações culturais da localidade mostraram
aos espectadores o quão rica é a cultura dos negros: terno de reis,
capoeira, benzedeiras, etc.
Participaram das apresentações, a comunidade local e também a Escola
de Capoeira Cultura e Filosofia do Mestre Binho de Planalto e o grupo de
percussão de Poções Ganga Zumba.
Fonte: Liberdade FM |
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