Assessoria de Comunicação Social Classificação da Notícia: Infância e Juventude
29/10/2012 16:32:10
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Redação: Anbar - MTbBA 690 |
Conselhos Tutelares fortalecidos
ajudarão a efetivar políticas públicas
ajudarão a efetivar políticas públicas
Não
se pode aplicar normas operacionais sem buscar a base na Constituição
Federal e na Convenção dos Direitos das Crianças, que é uma Carta Magna
para as crianças de todo o mundo adotada pela assembléia geral das
Nações Unidas em 1989, documento que foi oficializado como lei
internacional em 1990. O aconselhamento foi dirigido hoje, dia 29, aos
promotores de Justiça que iniciaram o “1º Curso de Formação do Programa
Infância em 1º Lugar” pelo professor Wanderlino Nogueira Neto. Expert no
assunto e estando na disputa, por indicação da presidente Dilma
Roussef, por uma vaga no comitê para os direitos das crianças na ONU,
concorrendo com 192 países, ele defende que ao invés de serem discutidos
os rótulos, deve-se ter mais preocupação com os conceitos,
aprofundando-se nas explicações, conceituações e condutas em favor dos
direitos das crianças.
Falando
sobre os 22 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a
busca por uma política de direitos humanos para crianças e adolescentes,
Wanderlino, que já foi procurador-geral de Justiça da Bahia, disse que o
Ministério Público está calçado para agir em defesa desses direitos,
podendo usar mecanismos que efetivam as normas como as recomendações,
lembrando, entretanto, que elas não são vinculantes nem têm valor
jurídico, e se constituem em primeiro passo para os municípios se
adequarem sob pena de ajuizamento de ação. Os promotores de Justiça
também podem tentar a assinatura de Termos de Ajustamento de Conduta,
instauração de inquéritos civis e, por último, a ação civil pública.
Mas, lamenta, que o Nordeste brasileiro, incluindo a Bahia, detenha
poucas decisões tanto em primeiro quanto em segundo graus no que se
refere à intervenção nas políticas públicas.
O curso, que acontece no Centro de
Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) nos dois turnos, se estenderá
até o dia 31 e objetiva capacitar promotores de Justiça de 16
municípios cuja população é superior a 100 mil habitantes, além Paulo
Afonso, Euclides
da Cunha e Alagoinhas, que tiveram um baixo indicador sócio-econômico.
Ele é parte do Programa Infância em 1º Lugar, lançado no mês passado. Ao
dar a informação, o promotor de Justiça Millen Castro, coordenador do
Núcleo de Apoio para Implantação, Estruturação e Fortalecimento dos
Conselhos de Direitos, Tutelares e Fundos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente (Naic), disse que a luta do MP foi vitoriosa no
que se refere à criação de Conselhos Tutelares (CT), hoje implantados
nos 417 municípios baianos, mas agora a tarefa é o fortalecimento desses
conselhos que nem em Salvador vêm funcionando a contento.
Coordenadora do Centro de Apoio
Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca), a promotora de Justiça
Eliana Bloizi, que presidiu a abertura do curso, falou que falta a
qualificação necessária ao funcionamento dos CTs, o que é agravado pela
ausência de estrutura como sede, pessoal, equipamento etc. O fato faz
com que o MP exerça o papel de assessor dos CTs ficando com os
promotores de Justiça, principalmente no interior do Estado, a tarefa de
orientar e até mesmo fazer o trabalho dos conselheiros até porque se
estes não cumprem seu papel, o caso acaba desaguando no MP. Após o
curso, os promotores de Justiça retornarão às suas comarcas onde
passarão a intensificar as cobranças sobre a criação do Fundo dos
Direitos da Criança e do Adolescente, o que irá possibilitar a verba
necessária para a capacitação e instrução dos conselheiros, como já vem
sendo feito em alguns municípios.
Observando as peculiaridades de cada
município, diz Eliana Bloizi, ações serão propostas com o objetivo de
serem criados os fundos e os novos prefeitos que assumirão em janeiro
próximo, explica, já deverão chegar sabendo que o MP vem cobrando uma
atuação mais intensa em favor das crianças e adolescentes, sendo que os
próximos passos dessa formação continuada se referem à participação do
MP no orçamento de forma a ser dada a prioridade absoluta exigida para o
segmento, concluiu. No caso de Salvador, explica que o número de
conselhos passou de 13 para 18, mas na última seleção as vagas não foram
preenchidas, o que exigiu o processo suplementar que está em andamento.
Ao falar, Wanderlino lembrou a
importância do CT atuante para evitar que tudo exija a intervenção
judicial, como acontece nos casos de internamento de dependentes
químicos que não encontram como chegar às alas psiquiátricas dos
hospitais; da lei antimanicomial não permitir as internações
compulsórias de doentes mentais por terem sidos criados os CAPS “que não
chegaram nem à metade dos municípios brasileiros.” Ele também lembrou o
caso de crianças que são encaminhadas para a tutela de guarda e adoção
em caso de abandono, quando devem ficar com famílias acolhedoras até que
o fortalecimento da família biológica seja providenciado pelo estado
que tem essa obrigação criando programas de geração de emprego e renda.
ASCOM/MP – Telefones: (71) 3103-0446/ 0449/ 0448/ 0499/ 6502
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